terça-feira, 6 de setembro de 2011

Dia do Sexo com Beijo!


Os dois deviam ter de 16 para 17 anos, mas já sabiam como funcionava um namoro e o que era preciso fazer para que seu companheiro ou companheira estivesse sempre satisfeito. Quer dizer, pelo menos é o que eles achavam. Um adulto certamente diria que o que os dois sustentavam um pelo outro era apenas uma forte paixão, ocasionada pelos hermônios que ferviam dentro do sangue deles, que os faziam ter tanta vontade de tocar um ao outro. Talvez fosse isso mesmo, ou talvez não.

Mas, sim, os hormônios dos dois estavam à flor da pele. Para eles, aquele namoro significava uma satisfação mútua, era como completar o quebra-cabeça de vontades deles, era se sentir completo. Entretanto, além disso, significava também a realização de fantasias sexuais.

Calma, calma, calma. Não estou falando de nenhuma fantasia sexual elaborada demais, afinal, precisamos lembrar que os dois têm apenas 16 para 17 anos. Nessa idade, onde a cabeça humana é tão madura quanto uma manga verde, fantasia sexual pode ser qualquer coisa que os faça sentir-se em perigo ou exposto. No caso desse casal, eles estavam expostos.

Eles se beijavam no banco de um corredor de um movimentado - bem movimentado - shopping.

Sim, eles se beijavam. Para quem visse de fora e não desse muita atenção, aquilo era apenas um beijo, entretanto, a moça sentada ao lado deles, aquela com o sorvete na mão, sentia o constragimento que se sente ao estar, por exemplo, assistindo a uma cena de sexo com um filho ao lado. Aquela cena não era uma cena de sexo em seu sentido literal, e também o seu filho não estava por ali, mas essa comparação foi uma metáfora que coube perfeitamente ao beijo tão caliente e ao grande número de voyeures ao redor.

Eles podiam não estar fazendo sexo, mas é claro que aquele beijo era uma relação sexual.

Os dois eram adolescentes de classe média alta, estudavam de tarde numa escola técnica, não precisavam e não podiam trabalhar, portanto, simbolizavam o que seria o jovem da era moderna, aquele ser descolado que só consegue ser descolado à custa dos pais. Tanto é que eles mal tinham dinheiro para se sustentar quando pensavam em sair juntos. Não tinham dinheiro para nada, nem para o mesmo sorvete que a mulher ao lado deles tomava. Nem mesmo para pagar o motel em que os dois poderiam estar naquele exato instante.

O casalzinho não tinha lugar onde fazer sexo. No quarto do rapaz, na casa dos pais deles? Não. O irmão pequeno dele jamais permitiria que os dois ficassem sozinhos durante um segundo sequer, assim como sua mãe, que iria sempre perguntar o que poderia fazer para que os dois se sentissem confortáveis. Mas e no quarto da moça, na casa dos pais dela? Jamais! Já pensou o que o pai dela não faria ao rapaz se os deparassem no meio de um rala-e-rola em sua própria casa? Não só ele como a menina também estariam ferrados!

Era exatamente por isso que os dois se beijavam de maneira tão quente em plena rota de caminhada de tanta gente que passeava pelo shopping. Querendo ou não, ser observado por tantos olhares era prazeroso para os dois. Acreditem.

Enquanto o rapaz colocava a língua na boca da outra, ele imaginava que outra coisa estava entrando em outro buraço da moça. Enquanto uma mão sua apertava com paixão o braço dela, ele imaginava seus dedos apertando com a mesma força os seios da menina. A outra mão estava no quadril dela, mas, céus, como ele desejava que escorregasse mais pra baixo e que ele pudesse tocar o que havia por baixo do seu jeans!

E ela então. Enquanto ele a beijava, ele dançava com os quadris, indo para frente e para trás na cadeira, como se não o estivesse beijando, e sim fazendo outra coisa. Sua mão estava na nuca do rapaz, mas porque ansiava pelo momento em que forçaria a cabeça dele para os seus seios e mostraria o quão atraente poderia ser. Enquanto ele dançava no mesmo ritmo que ela, ela fantasiava sobre como seria se os dois estivessem nus, fazendo o mesmo movimento, só que em outro lugar e em outra ocasião.

E, meu deus, como era bom ser observado por toda aquela gente!

É por isso que tanta gente faz cara feia quando vê um casal se beijando. Beijo em público significa sexo, e nem todas as pessoas que estão ao redor se sentem confortáveis assistindo isso. Ser discreto é importante e bonito.

Tire como exemplo a moça que tomava o seu sorvete ao lado desse casal.

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