terça-feira, 22 de junho de 2010

Afinal, é maçã ou tomate?


Olhei para o fruto sob a macia superfície do guardanapo, um filete de luz branca contornando os horizontes do redondo alimento. Não, espera, acho que não é uma fruta; deve ser um tomate. Não, esquece, tomate também é uma fruta, embora pareça mais um legume do que uma fruta. Se bem que não tem quase semelhança nenhuma com o chuchu ou com uma cenoura, e nem mesmo com uma abóbora. Ops, aí vou eu me enganando de novo: abóbora também é uma fruta.

Enfim, não é sobre abóboras, cenouras, chuchus e outros legumes que eu vim falar. Quer saber? Não sei a diferença entre legumes e frutas. Talvez algum dia eu pesquise, não é mesmo? Mas agora, não. Tenho que resolver o meu simples dilema:

Afinal, essa coisa em cima da minha mesa é uma maçã ou um tomate?

Pego-o nas mãos e sinto a superfície lisa daquilo. É tão liso, perfeito, vermelho... É um fruto tão belo que sinto a todo o instante o ímpeto de querer mordê-lo, saboreá-lo e matar de vez a minha curiosidade sobre essas coisa desconhecida. Sim, digo desconhecida porque nunca provei uma maçã ou um tomate. Não que eu nunca tivesse tido interesse, mas carne, batatas fritas e sucos sempre me pareceram mais saborosos do que comer uma fruta. Sei que é estranho, até mesmo para a minha idade, não gostar de frutas.

Claro, os jovens de hoje até gostam de frutas, mas não da maneira como deveria ser convencional... Gostam delas, mas a fruta que mantém as suas saúdes é aquele limão na caipirinha, ou aquele maracujá na batida, que também pode ser feita de abacaxi, ou aquela uva amassada com vinho que pode ficar uma delícia! Não que eu disponha de qualquer gosto por essas bebidas, apenas que eu sou observador e conheço as pessoas da minha idade que me cercam. Sou um deles apesar das diferenças.

Mas eu nunca comi essa fruta porque... Bem, não sei por que. Talvez seja porque não faz parte da minha educação. Nunca vi muitas frutas em casa antes, e nem mesmo os meus familiares costumam falar sobre elas. Meus amigos, então, preferem falar de outros assuntos do que frutas, e eu até entendo isso. E eis que, agora, que mudei de rotina radicalmente, entro em contato com essa fruta.

Mas que fruta é essa?

As pessoas dizem que as maçãs são doces, já ouvi até gente dizer que elas são suculentas. Uau, fiquei com água na boca só de imaginar como deve ser o seu sabor! A maçã é uma fruta comum se pararmos para pensar. Já o tomate... Bem, as pessoas até gostam de tomate, dizem que é azedinho de um jeito "agradável", mas não é com frequência que ouço alguém dizer que morre de amores por um. E se ouço, tenho a tendência de achar que essa pessoa é um tanto excêntrica.

Estou com medo de fincar os meus dentes nessa fruta e descobrir que pode ser um tomate. Eu adoraria que fosse uma maçã (só o nome me traz água na boca), mas só de olhá-la, não consigo dizer do que se trata. Sabores azedinhos não me agradam em nada, então espero que seja mesmo uma maçã.

Levo o fruto à boca. Sinto sua textura nos meus dentes. Mas recuo.

Oh, meu deus! É tão difícil assim apostar em algo novo? Eu poderia simplesmente enterrar os meus dentes nessa droga de fruta e sentir o seu sabor, só isso! Não tenho que hesitar sobre algo tão simples quanto um alimento! Vou comê-lo de uma vez por todas e...

Não, eu não vou fazer isso.

Prefiro não correr o risco de me decepcionar. Se for um tomate, tenho certeza de que vou me decepcionar. A decepção é azeda, muitas vezes até amarga. Mas se fosse uma maçã... Nossa, será que ia ser tão doce quanto os outros falam, a ponto de eu sentir amor por ela?

Será?

Desisto. Vou deixar esse fruto para depois. Tenho medo do que os meus dentes e língua podem obter em resposta quando morder esse fruto que, para mim, é tão desconhecido.

♪♪♪♪♪

Moral da história:
Muitas vezes, na nossa vida, deixamos de experimentar coisas novas só porque temos medo do que podemos ter em resposta. Isso significa que temos medo de arriscar. O problema é que, se não arriscarmos, não obteremos nenhuma resposta, o que é tão ruim quanto tentar viver com a curiosidade martelando a sua sanidade.
É preciso arriscar.

quarta-feira, 26 de maio de 2010

Alguns Quilos À Mais e Uma Paixão

Sou gorda e me sinto mal. Simplesmente, toda vez que me olho em algum espelho, sinto-me horrivelmente mal. È como se a imagem que vejo no espelho fosse uma faca me perfurando com frieza!

Mas por que será que sou gorda?

Ah, claro, sou gorda porque como, é óbvio, e é a resposta que todos têm a me dar. Mas, então, por que é que eu como?

Pra saciar a minha fome? Não, não é apenas isso, senão nas minhas três primeiras garfadas, eu já estaria saciada, o que não acontece. Como é de gula, mesmo, não vou negar. Como e, mesmo saciada, quero comer ainda mais. Sou compulsiva!

Porém, há alguns dias atrás, algo me fez parar de sentir essa fome.

Na faculdade, indo para a minha aula, deparei-me com um rapaz que, de certa forma, me observou. Sim, ele parou seus olhos sobre mim e me vistoriou. Não, estou sendo hipócrita, ele apenas olhou na minha direção, e parar o olhar sobre mim já é uma coisa. Fiquei apaixonada, eufórica.

E minha fome se esvaiu.

De frente para as bandejas no restaurante da empresa, ao pegar um espátula para me servir, senti que não queria comer. Meu estômago embrulhou-se, mexendo seus lábios como se quisesse dizer "Não, não ponha nada aqui, não estão a fim!". E, obediente à sua ordem, não me servi de nada e não senti fome mais tarde.

Passei uma semana em frente à cantina onde minha amiga trabalha, observando aquele rapaz me observar ao longe. Era prazeroso, me deixava feliz. Mais e mais, fui deixando a comida de lado para apreciar aquele sentimento tão bom, nada mais parecia me saciar. E foi então que decidi me pronunciar para ele.

- Oi, tudo bem?

- Tudo bem. - Ele respondeu olhando ao redor. Provavelmente queria ver se estávamos a sós.

- Faz tempo que eu o vejo me olhando aqui na escola, e então resolvi falar com você. Você gostaria de me chamar pra sair?

Com cara de espanto, o lindo rapaz fitou-me e respondeu:

- Você deve estar enganada. Na verdade, nunca te vi nessa escola. Aqui, eu só tenho olhos para a mais linda garota que pode existir...

- Quem? - Indaguei.

- A menina da cantina.

Basicamente, a minha amiga.

E então descobri por que como tanto. Simplesmente, porque tento suprir sentimentos bons que eu poderia estar sentindo comendo. É tão eficaz que, quanto mais eu como, mais prazer eu sinto, e substituo perfeitamente essa paixão que eu não sinto.

Conclusão, estou à caminho da obesidade mórbida.

terça-feira, 4 de maio de 2010

Bill e Seus Estranhos Presságios

Olá, meu nome é Bill. O que eu vou contar é verídico, embora eu duvide muito que alguém vá acreditar. Eu tenho uma espécie de presságio incomum. Sim, vocês podem até achar que sou louco, mas esse presságio é mesmo incomum.

Se me acidento, é sinal de que vou perder dinheiro. Mas não é uma quantia simplória como você deve estar pensando. E o acidente não é simples também, não.

Descobri isso quando, certa vez, na minha cozinha, eu tentava cortar uma caixa de leite e cortei gravemente o meu polegar e o indicador. Fiquei tão desesperado que corri pela casa, sujando o chão de sangue, até que, finalmente, coloquei um algodão para estancar o sangramento. Meus dedos doíam em contato com o algodão e eu tremia. Mais tarde, nesse mesmo dia, eu fui ao shopping, os dedos envoltos em band-aids, quando fui surpreendido por dois assaltantes. Eu tinha 500 reais na minha carteira, mais o cartão da minha conta, com todo o meu dinheiro. Fiquei irritado nesse dia.

Outra vez, pegando o ônibus para ir ao trabalho, prendi o pé esquerdo na porta dele. Tudo bem, doeu um pouco, e quando a porta se abriu, eu o livrei. No entando, meu outro pé fora esmagado com o abrir da porta, e dessa vez doeu. Gritei de dor para o motorista e ele, desesperadamente, fechou a porta. Subi com dificuldade o degrau da entrada e fuji daquela maldita porta. Cheguei ao trabalho, trabalhei, separei um dinheiro bom para ir ao mercado e fazer as compras da casa e, quando voltei do almoço, meu dinheiro havia sumido. Simplesmente “saiu voando” da minha mesa.

Foi nesse momento que percebi a coincidência.

Em outro momento, andando de patins num parque aqui de São Paulo, acabei me acidentando e quebrei o pé. A dor foi gritante, não consigo descrever com palavras o que senti naquele momento. Com a ajuda dos meus amigos, fui ao hospital e, chegando lá, desembolsei uma fortuna para poder tirar uma radiografia, enfaixar o pé, tomar um anestésico, comprar os remédios, enfim, o plano de saúde me garfou um bom dinheiro. Querendo ou não, eu perdi dinheiro nessa brincadeira.

E ultimamente tenho tomado muito cuidado para não sofrer novos acidentes. Primeiro porque a dor é desgraçada, e segundo porque não tenho tanto dinheiro assim para sair perdendo à torto e à direito. Ainda mais agora que vejo pela janela o pessoal da prefeitura chegando para começar uma obra aqui na rua, usando enormes britadeiras, montando gigantescos andâimes, enfim, a rua está perigosa demais para ser encarada frente a frente.

E o dia das mães está aí. Minha mãe me pediu um iPhone para presenteá-la na data, portanto, com o intuito de evitar esse gasto desnecessário, liguei para o trabalho e informei que estou muito mal e que não posso trabalhar. Nesse caso, qualquer cuidado é muito pouco!

Estou fazendo errado?

segunda-feira, 26 de abril de 2010

"Mulher da Vida" Também Chora

Quando vi aquela mulher adentrando ao meu estabelecimento de trabalho, não tive outra reação a não ser ficar chocada. Quando me disseram que uma mulher chamada Wanderleia tinha marcado uma análise comigo no meu consultório, pensei que fosse qualquer mulher, ou até mesmo uma que lembrasse muito aquela cantora de mesmo nome. No entanto, a mulher era extremamente diferente.

Loira de cabelos volumosos e lábios avantajados, a mulher parecia enorme aos meus olhos. Os seios quase pulavam pra fora de tão grandes que eram e o grande decote não ajudava a controlar esse efeito. A meu ver, ela estava vestida para ir à balada. Se eu visse uma mulher dessas na rua, ou acharia que uma prostituta, ou que era um travesti.

Ela se sentou no divã com cuidado, como se tivesse medo de cair. Descalçou os tamancos que a deixavam tão alta e se deitou desconfortavelmente.

- Espero que possa me ajudar. – Ela começou com uma voz estridente. À primeira instância, me pareceu uma mulher muito fútil. – Estou com problemas terríveis...

Naquele momento, ela começou a chorar. Tomando cuidado para não espetar os olhos com as imensas unhas que carregava em cada dedo, ela começou a limpar as lágrimas estragando por completo a sua maquiagem.

- As pessoas não me levam a sério... – Ela falou e as lágrimas escorriam em jorros pelo seu rosto. – E eu não sei o porquê disso, mas tudo o que eu queria era que as pessoas olhassem pra mim e me vissem como uma pessoa normal...

Eu lhe diria que não havia como. Com os peitos pulando para fora da blusa e aqueles cabelos tão louros que pareciam luzir as luzes do consultório, não havia como levá-la a sério. Nem mesmo eu estava levando.

- Eu queria ser ouvida... – Os soluços lhe interrompiam a fala. – Eu queria muito que as pessoas entendessem que eu tenho sentimentos e que posso viver normalmente como qualquer outra pessoa...

- Mas o que exatamente está te acontecendo?

- Eu quero casar... – E interrompeu-se para despejar mais alguns litros de lágrimas. – Os homens olham pra mim e pensam que eu sou...

Prostituta?

- ... “Mulher da vida” – ela completou. – Mas eu não sou.

Assenti com a cabeça e esperei que ela completasse.

- Quer dizer, se ando assim com essas vestimentas é porque tenho um objetivo. Meu namorado falava que eu era tão linda que podia ser uma coelhinha da Playboy...

- Sim, você é uma menina bonita.

- E quero ser uma coelhina da Playboy. Tenho que alimentar meus filhos.

Tive o ímpeto de rir ouvindo àquilo, mas me recusei a ceder a tal impulso; seria deselegante da minha parte.

- E nenhum homem quer se casar comigo... – Ela continuou. – Ninguém me leva a sério. Querem-me apenas para...

- Entendo, senhora.

- ... Mas eu quero uma vida normal. Quero criar meus filhos com um pai amoroso do meu lado. É isso o que quero pra mim. Mas algo em mim parece impelir esse desejo de se tornar realidade... O que seria isso, doutora?

Eu não sabia o que dizer. Não, eu não sabia mesmo o que dizer.

A mulher começou a chorar mais intensamente, sua maquiagem ficando cada vez mais horrível. Escondendo o rosto atrás das mãos, ela soluçava tanto que parecia morrer a qualquer momento. Seus grunhidos estavam ficando cada vez mais estridente.

Comecei a sentir empatia pela moça.

O relógio em cima da minha mesa avisou o fim da sessão.

- Me desculpe, Wanderleia, mas a nossa sessão já acabou.

- Tudo bem, não tem problema. Muito obrigada por me ajudar, doutora. Vou vir aqui mais vezes...

Levantando-se cabisbaixa, a mulher se foi. As lágrimas continuavam a escorrer pelo seu rosto.

Quando a porta a minha frente fechou, senti uma coceira no meu olho. No mesmo instante, comecei a chorar.

quinta-feira, 22 de abril de 2010

Nem Tudo é o que Parece

Não se sabia ao certo o porquê de terem deixado aquelas duas crianças sozinhas naquele quarto, mas a ideia pareceu absurda aos ouvidos das pessoas que ouviram a história mais tarde.

O que a mãe da menina tinha ido fazer, mesmo? Ah, sim, tinha ido comprar pão e leite. A filha e seu primo, ambos de 5 anos, ficariam sozinhos no ateliê da mãe enquanto ela ia ao mercado comprar pão e leite, já que aqueles dois não conseguiam ficar quietos sem que conseguissem mastigar algo. Ir ao mercado era um caso de urgência, então foi por isso que a mãe da menina pegou sua bolsa e fez as duas crianças prometerem que ficariam quietinhas em seus lugares até que ela voltasse.

As crianças até prometeram, e não tinham mentido. De fato, elas ficariam quietas em seus lugares enquanto a mãe não chegasse, mas assim que a porta do ateliê bateu, a promessa sumiu da mente das crianças num estalar de dedos.

- O que você quer fazer? - A menina perguntou ao menino.

- Quero fazer aquilo... - O menino respondeu com inocência.

- Aquilo?

- É, aquilo.

- Mas como a gente vai fazer aquilo? Nem tem cama aqui!

- A gente não precisa de cama para fazer aquilo, se lembra? Da última vez, a gente fez no jardim, e a gente nem tinha cama.

- Mas a menina naquele filme fez na cama e pareceu funcionar muito bem.

- Não precisa fazer na cama! - O menino insistiu, agarrando quase que inconscientemente um isqueiro que estava no meio de alguns potes de tinta. - Ela só fez na cama porque estava no quarto dela. Como a gente não está no nosso quarto, é melhor fazermos por aqui mesmo.

- Mas e se a gente fosse para o meu quarto? Preferia que fizéssemos no quarto, pois para a mulher funcionou muito bem lá...

- Está bem, vamos para o quarto.

De mãos dadas, as duas crianças subiram com dificuldade a escada até que adentraram o quarto da menina. A cor predominante por ali era o rosa.

- Sente-se. - Disse a menina se sentando na cama. Sem hesitar, o menino se sentou.

- E como começamos? - A menina perguntou animada.

- Temos que fechar as portas e janelas para que ninguém veja.

- Está certo!

As crianças se levantaram e trancaram porta e janelas. E fecharam as cortinas, também, afinal, ninguém poderia ver o que fariam.

- Acha que já podemos começar? - A menina perguntou ansiosa.

- Sim, já podemos.

- Você me dá um beijo?

- Claro.

Com inocência, as crianças se beijaram. Deram um selinho, embora não soubessem que o beijo tinha esse nome. Depois disso, começaram a fazer o que fariam.

Com o isqueiro em mãos, o menino acendeu uma pequena chama. Os olhos da menina brilharam. Devagar, o menino levou a pequena flama até a borda do lençol e ficou ali durante alguns segundos. O lençol não queria se incendiar como no filme. A menina ficou irritada e insistiu para que ele continuasse, e ele continuou. Depois de um tempo, uma chama tomou conta da barra do lençol. E essa chama foi se tornando cada vez maior, tomando conta de boa parte da cama.

- Sim, sim! - Gritou a menina exaltada. - Está igual ao filme! A moça fez desse jeito!

- Não é lindo?

- É muito lindo! Sim, é muito lindo!

Rapidamente, o fogo começou a tomar conta do carpete, espalhando-se com uma facilidade incrível. Os olhos das crianças brilhavam de excitação, a imagem lhes parecia magnífica. De repente, o armário começou a se incendiar e, com ele, o restante de todos os móveis que haviam no quarto.

As crianças pulavam enlouquecidamente.

- Está sendo melhor do que eu pensei! Eu nem acredito que conseguimos!

As paredes começaram a descascar e se tornaram fogo também. Não demorou muito e os pulmões das crianças se encheu de fumaça. Com uma frequência fora do normal, os dois começaram a tossir.

As cortinas se tornaram cortinas de fogo. A fumaça dentro do quarto estava densa. As lâmpadas explodiram com o calor intenso, mergulhando o quarto numa falsa escuridão que era iluminada pelas grandes labaredas que banhavam mais da metade do quarto.

- Acho que já está bom, você não acha? - Perguntou o menino entre um acesso de tosse e outro.

- Sim, e acho que não estou muito bem... - A menina respondeu, os olhos secos por conta do excessivo calor.

- Vamos sair? Depois a gente vem quando o fogo parar.

- Vamos sim.

Indo até a porta, o menino tocou a maçaneta, mas ela estava quente. A menina tentou tocá-la, mas não aguentou o calor. Era impossível sair do quarto.

E lá dentro eles ficaram. Depois de cinco minutos, o quarto foi totalmente incendiado, levando os pequenos corpos infantis para dentro das chamas. No começo, tudo pareceu divertido à elas, mas depois que a dor começou a se acentuar, a diversão acabou. Ninguém na vizinhança ouviu os gritos (ou pelo menos disse não ter ouvido). Quando a mãe chegou, o show já tinha acabado, e ambas as crianças estavam mortas. Os corpinhos totalmente disformes.

E tudo o que elas queriam era reproduzir a cena de um filme que tinham visto na televisão. Sim, aquela cena que a mamãe mais o papai da menina tinha assistido. O fogo parecia tão bonito naquela tela de 50 polegadas...