O que a mãe da menina tinha ido fazer, mesmo? Ah, sim, tinha ido comprar pão e leite. A filha e seu primo, ambos de 5 anos, ficariam sozinhos no ateliê da mãe enquanto ela ia ao mercado comprar pão e leite, já que aqueles dois não conseguiam ficar quietos sem que conseguissem mastigar algo. Ir ao mercado era um caso de urgência, então foi por isso que a mãe da menina pegou sua bolsa e fez as duas crianças prometerem que ficariam quietinhas em seus lugares até que ela voltasse.
As crianças até prometeram, e não tinham mentido. De fato, elas ficariam quietas em seus lugares enquanto a mãe não chegasse, mas assim que a porta do ateliê bateu, a promessa sumiu da mente das crianças num estalar de dedos.
- O que você quer fazer? - A menina perguntou ao menino.
- Quero fazer aquilo... - O menino respondeu com inocência.
- Aquilo?
- É, aquilo.
- Mas como a gente vai fazer aquilo? Nem tem cama aqui!
- A gente não precisa de cama para fazer aquilo, se lembra? Da última vez, a gente fez no jardim, e a gente nem tinha cama.
- Mas a menina naquele filme fez na cama e pareceu funcionar muito bem.
- Não precisa fazer na cama! - O menino insistiu, agarrando quase que inconscientemente um isqueiro que estava no meio de alguns potes de tinta. - Ela só fez na cama porque estava no quarto dela. Como a gente não está no nosso quarto, é melhor fazermos por aqui mesmo.
- Mas e se a gente fosse para o meu quarto? Preferia que fizéssemos no quarto, pois para a mulher funcionou muito bem lá...
- Está bem, vamos para o quarto.
De mãos dadas, as duas crianças subiram com dificuldade a escada até que adentraram o quarto da menina. A cor predominante por ali era o rosa.
- Sente-se. - Disse a menina se sentando na cama. Sem hesitar, o menino se sentou.
- E como começamos? - A menina perguntou animada.
- Temos que fechar as portas e janelas para que ninguém veja.
- Está certo!
As crianças se levantaram e trancaram porta e janelas. E fecharam as cortinas, também, afinal, ninguém poderia ver o que fariam.
- Acha que já podemos começar? - A menina perguntou ansiosa.
- Sim, já podemos.
- Você me dá um beijo?
- Claro.
Com inocência, as crianças se beijaram. Deram um selinho, embora não soubessem que o beijo tinha esse nome. Depois disso, começaram a fazer o que fariam.
Com o isqueiro em mãos, o menino acendeu uma pequena chama. Os olhos da menina brilharam. Devagar, o menino levou a pequena flama até a borda do lençol e ficou ali durante alguns segundos. O lençol não queria se incendiar como no filme. A menina ficou irritada e insistiu para que ele continuasse, e ele continuou. Depois de um tempo, uma chama tomou conta da barra do lençol. E essa chama foi se tornando cada vez maior, tomando conta de boa parte da cama.
- Sim, sim! - Gritou a menina exaltada. - Está igual ao filme! A moça fez desse jeito!
- Não é lindo?
- É muito lindo! Sim, é muito lindo!
Rapidamente, o fogo começou a tomar conta do carpete, espalhando-se com uma facilidade incrível. Os olhos das crianças brilhavam de excitação, a imagem lhes parecia magnífica. De repente, o armário começou a se incendiar e, com ele, o restante de todos os móveis que haviam no quarto.
As crianças pulavam enlouquecidamente.
- Está sendo melhor do que eu pensei! Eu nem acredito que conseguimos!
As paredes começaram a descascar e se tornaram fogo também. Não demorou muito e os pulmões das crianças se encheu de fumaça. Com uma frequência fora do normal, os dois começaram a tossir.
As cortinas se tornaram cortinas de fogo. A fumaça dentro do quarto estava densa. As lâmpadas explodiram com o calor intenso, mergulhando o quarto numa falsa escuridão que era iluminada pelas grandes labaredas que banhavam mais da metade do quarto.
- Acho que já está bom, você não acha? - Perguntou o menino entre um acesso de tosse e outro.
- Sim, e acho que não estou muito bem... - A menina respondeu, os olhos secos por conta do excessivo calor.
- Vamos sair? Depois a gente vem quando o fogo parar.
- Vamos sim.
Indo até a porta, o menino tocou a maçaneta, mas ela estava quente. A menina tentou tocá-la, mas não aguentou o calor. Era impossível sair do quarto.
E lá dentro eles ficaram. Depois de cinco minutos, o quarto foi totalmente incendiado, levando os pequenos corpos infantis para dentro das chamas. No começo, tudo pareceu divertido à elas, mas depois que a dor começou a se acentuar, a diversão acabou. Ninguém na vizinhança ouviu os gritos (ou pelo menos disse não ter ouvido). Quando a mãe chegou, o show já tinha acabado, e ambas as crianças estavam mortas. Os corpinhos totalmente disformes.
E tudo o que elas queriam era reproduzir a cena de um filme que tinham visto na televisão. Sim, aquela cena que a mamãe mais o papai da menina tinha assistido. O fogo parecia tão bonito naquela tela de 50 polegadas...
Nossa isso foi incompetência da mãe, pois nunca deve deixar crianças tão pequenas sozinhas, sem nenhum de maior por perto, pois é muito perigoso, como aconteceu nessa história.
ResponderExcluirE Também principalmente, nunca deve deixar crianças de cinco anos de idade assistir filmes inadequados para a certa idade.
Reedie eu Amei essa historia, pois isso serve de exemplo para pais desnaturados!